O amor é louco não façam pouco

Tenho de começar por dizer que não sou fã de televisão. Sou aquela que, num grupo de amigos, não percebe nada de séries ou filmes. Falarem comigo sobre “A Casa de Papel”, “Chicago Fire” ou “Anatomia de Grey” é mesma coisa que falarem de física quântica ou engenharia aeroespacial. Não vejo séries porque não consigo acompanhar a mesma história durante 395 temporadas; na verdade, ao 6.º episódio da 1.ª temporada já estou farta.
Aqui há tempos umas amigas tentaram convencer-me a ver “A Casa de Papel”. Vendiam a série e os personagens como se fossem da família. “Tens de ver!” “É viciante! "Agarra-te logo!” Resultou? Não. Vi o primeiro episódio e enfadei-me. O problema é meu, claramente, que não tenho paciência nenhuma para ver televisão.
Bem esta minha antipatia por televisão, séries e filmes dava outro grande texto, mas deixa-me passar ao assunto que  motivou este Post.
Aqui há dias, não me apetecia ler nada e resolvi ver um bocadinho de televisão. Estava a dar na SIC Mulher um programa - “Married at First Sight” - que me cativou instantaneamente.
Não sei se já viram o programa mas, essencialmente, trata de pessoas que, estando solteiras e desiludidas com o amor, decidem embarcar na experiência de casar à primeira vista com o parceiro que os “especialistas” escolheram.
O programa não é nada de especial, podendo até ser classificado como lixo televisivo, mas, como tudo na vida, podemos tirar algum tipo de aprendizagem dele.
A verdade é que todos procuramos o amor; amar e ser amados por alguém. Todos queremos encontrar aquela pessoa que nos arrebate o coração, nos faça sentir aquele tremor na barriga (e não só) e nos ponha o cérebro a trabalhar a 4000 rpm.
Hoje, parece que todos procuramos aquele amor louco, ardente, arrebatador, extasiante, intenso, destruidor, etc.. Se calhar, por influência das séries ou filmes (lá está...) queremos um amor igual ao da ficção mas, news flash, isso não existe!  
Em tempos li um livro de Mark Manson - “A Arte Subtil de Saber Dizer Que Se Foda” - a páginas tantas ele escreve sobre essa busca implacável do amor louco. É interessante perceber que, na nossa busca por esse amor podemos deixar para trás aquele outro amor, que até era só morno. Podemos estar a trocar uma relação estável e feliz, por uma montanha russa de emoções, em que num momento estás no êxtase e logo a seguir estás na merda.
O chavão do dito programa de televisão é “nunca esteve tanta gente solteira” e, não me atrevo a contrariar a afirmação, mas será que não andamos todos à procura de algo que não existe?

Aquele abraço,

J

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