Des(igualdade) de género

Estão a ver estes novos movimentos feministas, com aquelas atrizes de Hollywood? E sabem aquela sensação de sensibilidade dentária? Quando comemos algo muito gelado e torcemos-nos todos até o raio da dor passar? Bem, é exactamente o que sinto quando assisto ao crescimento destes movimentos.
Tenho uma confissão a fazer. Quando tinha 13 ou 14 anos, era uma acérrima feminista, daquelas que lia tudo, desde women empowerment à queima de soutiens.
Nesses tempos vi dezenas de documentários e filmes sobre a luta de mulheres por direitos iguais, desde o voto aos salários, sobre mulheres que se destacaram na sociedade por serem pioneiras na política, na ciência e na sociedade.
Para mim, e com essa “tenra” idade, o papel da mulher era preponderante na sociedade, e só não queimei os meus soutiens porque a senhora minha avó dar-me-ia uma grande sova.
Hoje, e já passaram alguns anos, a minha abordagem é mais ponderada e não se identifica com os movimentos mais recentes, por muito importantes e significativos que sejam.  
Depois de anos de luta, afinal o que queremos é ser igual ao homem? Dasse, eu não quero ser igual ao homem! Eu gosto muito deles mas ser igual a eles, nem pensar.
A verdade, é que parece que todas temos de ser “mais” em tudo. Todas temos de ter grandes carreiras, grande sucesso,..., e quando uma mulher diz: “Eu quero ser mulher e mãe de família; cuidar do meu marido e dos meus filhos!” vêm logo estas novas feministas dizer que esta mulher não deve andar boa da cabeça.
Mas que merda é esta? Então existem dois tipos de mulheres? As de primeira e as de segunda? Afinal, só temos direito a escolher aquilo que a sociedade acha que temos de ser?

Se um homem quiser ser “dono de casa” e cuidar dos filhos, não pode ser proibido nem desvalorizado por isso. E se uma mulher quiser ser piloto de aviões também não deve ser proibida nem desvalorizada. Eu quando era jovem queria ser "pica" nos comboios. Estão a ver um "pica" feminista a trabalhar na CP? 
A minha visão é de que todos, homens e mulheres, devem ter as mesmas oportunidades, regras e condições para escolher o que quiserem ser, que no meu caso era ser "pica" na CP. Ai, os sonhos de criança...

Aquele abraço, 

J

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